sexta-feira, 26 de março de 2010

DIREITOS HUMANOS


COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS 
OUVE DENÚNCIAS CONTRA POLICIAIS
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais esteve em Ipanema no dia 24 de março, e o presidente da Comissão, Deputado Durval Ângelo, comandou as ações iniciando quase que na hora prevista, com atraso de alguns poucos minutos... Após ser formada a mesa foram iniciados os trabalhos.
Sentaram-se lá além de Durval, o deputado Zé Henrique, o policial que estava sendo acusado de diversas irregularidades na sua atuação na função que exerce, um coronel e um major da Policia Militar de Minas Gerais, os presidentes das Câmara de Ipanema e de Pocrane, o juiz de Direito e o Promotor de Justiça da Comarca.
Foram ouvidas vários pessoas que fizeram denúncias graves contra o policial (conhecido como Branco) e mais dois colegas seus de farda (Otávio e Vicente) que não estavam presentes na ocasião e contra o detetive Lecimar, da Polícia Civil, lotado em Ipanema. A grande maioria disse que tinha medo de ser perseguida pelos policiais em questão pois, segundo os depoentes, todos são violentos e perseguidores, o que não condiz com a função de um policial.
Algumas pessoas até tentaram defender o policial presente à Audiência Pública, principalmente mulheres que disseram que seus filhos haviam saído do crime "porque o Branco deu um corretivo neles e eles mudaram de conduta" ao que o deputado Durval Ângelo aparteou para contestar e perguntar se ele era algum justiceiro ou coisa parecida...
Uma pessoa se apresentou com um cartaz considerado ofensivo aos deputados ali presentes e o presidente mandou que ele fosse enrolado pois ele não admitia ser chamado de desonesto bem como  o deputado Zé Henrque a quem ele respeita como parlamentar.
A maioria, como o presidente da Câmara de Pocrane, pediu que ele fosse tirado de Pocrane (o cabo da PM comanda o destacamento naquela cidade) pois desde que ele foi para lá até as crianças tem medo dele!
O Comandante da Polícia Militar da Região também esteve presente...
A procuradora do Município...
O Juiz de Direito e o Promotor de Justiça...
Um dos primeiros depoimentos foi de morador de Pocrane que disse ter sido agredido fisicamente pelo policial, dentro de um bar na cidade... 
O depoimento mais contundente foi de uma jovem de 17 anos... 
Ela contou que seu irmão foi agredido, após o policial que ali estava sentado ter arrombado o portão de sua casa, algemado seu irmão menor de idade, colocado o mesmo dentro de uma viatura, chamar o guincho e rebocar o carro do seu pai que estava na garagem e ele mesmo colocar no reboque, pois o motorista do guincho não quis fazê-lo porque não concordava com a ação do policial. Ela foi interrompida algumas vezes por Durval para saber se ele tinha algum mandado judicial para invadir a propriedade, se assustou quando  foi dito que o carro foi retirado de dentro da garagem pelo policial, entre outras... E mais acontecimentos foram anotados durante a reunião culminando com a leitura de uma carta (dossiê (?)) escrita pelo policial. Antes foi-lhe perguntado se a caligrafia era dele, se reconhecia sua assinatura e ele afirmou... Durante a leitura ele tentou desdizer algumas palavras mas foi questionado pois antes havia afirmado ser ele mesmo quem havia escrito... O salão da Câmara de Ipanema ficou pequeno para o grande número de pessoas que se fizeram presentes para assistir os depoimentos. Isso foi, resumido, o que aconteceu na reunião do dia 24, na Câmara Municipal de Ipanema.
Ouvindo a opinião do povo, nas ruas,  o que se pode deduzir é que ninguém em sã consciência pode admitir que paga o salário de um policial para nos garantir segurança use de truculência,  violência, abuso de poder na sua função, seja lá com quem for... Famílias mudaram-se de Ipanema em função do comportamento de alguns policiais. Outras, não. Por acreditarem que a Justiça ainda existe e que maus policiais sejam banidos da corporação ou removidos para outros locais ficam aqui!
É lógico que não são todos os policiais que se enquadram no perfil do policial em questão. Os que assim procedem são minoria, mas uma minoria que denigre a imagem que se tem de uma Polícia Militar respeitada, elogiada por todos os cantos desse nosso País e que serve de referência para outras polícias, em vários Estados brasileiros.
O que aconteceu em nossa cidade no dia 24 de março, foi um alerta para aqueles que pensam que estão acima da verdade e da justiça; aqueles que acham que podem invadir residências sem mandado judicial, que pensam que ninguém está atento ao que se passa por aqui. Os órgãos de defesa do cidadão -como ficou provado com a vinda da Comissão de Direitos Humanos- não estão omissos com relação ao cidadão comum, mas muito importante na sociedade... Não podemos esquecer que temos direitos, sim, mas também as nossas obrigações. Para exigirmos os nossos direitos devemos, também, cumprir com as nossas obrigações.
O comportamento do deputado Durval Ângelo, Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais foi, irrepreensivel!
A esperança do povo, como se ouve nas ruas da cidade, é que policiais deixem de andar com seus carros cheios de irregularidades mas que multavam a torto e direito os carros na cidade. Muitas das vezes (tem quem prove) multa sob placas de trânsito que nem existem na cidade! Lógico que quem se sentiu prejudicado recorreu e teve a multa anulada. 
O povo diz: "Queremos segurança e não insegurança; queremos respeitar o policial e não ter medo dele; queremos que o policial desempenhe sua função policial e não de justiceiro!". Há várias denúncias de que pessoas são conduzidas e espancadas por policiais (algumas com sequelas enormes, precisando até de tratamento psicológico, como caso do deficiente físico citado na Audiência, que teve um braço quebrado pela truculência de um policial da cidade, e que não quer nem sair mais de casa, com medo!). O que a comunidade quer é segurança! Chega de violência!
As policias no mundo de hoje procuram se utilizar de meios mais eficazes do que pancadaria, tiros, agressões... Será que os nossos policiais estão recebendo esse tipo de instrução; agredir, atirar, violentar? As instruções na formação de novos policiais no 11º BPM é rígida e não se ensina essa prática. O que se vê lá é bem diferente. Se saem de lá e não aplicam o que lhes foi ensinado é outro problema. Alguem tem que fazer alguma coisa... Com urgência!  (Textos e fotos: Claudio Vianei - Jornal de Bolso).
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